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A fruticultura é um dos setores mais relevantes para o agronegócio brasileiro, que gera oportunidades de emprego e renda, além de estimular a industrialização. Segundo dados do Serviço Nacional de Apoio a Micro e Pequena Empresa (SEBRAE, 2015), em 2013 o Brasil foi o terceiro maior produtor de frutas no mundo, ficando atrás apenas da China e Índia, o que mostra a relevância do setor para a economia brasileira. Em 2014, a produção de frutos superou 39 milhões de toneladas e apresentou valor bruto total de R$ 25,4 bilhões conforme informações do banco de dados Agregados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2016).

Ainda de acordo com esse banco de dados, a região Amazônica no mesmo ano respondeu por 7,34% do total de frutas produzidas no Brasil. Embora a participação possa parecer reduzida em termos percentuais, a região proporcionou uma receita de R$ 2,7 bilhões para uma produção de 2.928.040 toneladas de frutas, obtida em uma área de 226.178 ha. Os estados com maior produção de frutas nessa região foram o Pará (52,09%) e o Amazonas (10,67%), com destaque para a produção de banana e abacaxi no Pará e melancia e abacaxi no Amazonas. Já os estados do Amapá (1,47%), Rondônia (4,60%), Acre (5,02%), Roraima (5,37%), Maranhão (6,22%), Mato Grosso (6,34%) e Tocantins (8,22%) tiveram menor participação.

Analisando os dados do IBGE (2016) percebe-se que embora a produção brasileira, em 2014, tenha tido um leve decréscimo em relação a 2013 (0,76%), alguns estados amazônicos mantiveram um crescimento considerável da produção nesse período. Exemplo disso são os estados de Rondônia e Acre com aumentos de 19,5% e 24,3%, respectivamente, em relação a 2013, sendo a banana o fruto de maior destaque nessa tendência, além do abacaxi para Rondônia. Adicionalmente, tiveram incrementos na produção de frutas, em 2014, os estados de Roraima e Mato Grosso, que merecem atenção e incentivos de continuidade na produção. Já o Amapá se manteve sem redução na produção de frutas nessa análise.

Em uma análise da expansão da fruticultura na Amazônia entre os anos de 2004 e 2014, observaram-se acréscimos consideráveis na produção, como os de 233% no Amapá e 229% em Roraima, enquanto o crescimento de frutas no Brasil foi de apenas 1,7% (IBGE, 2016). Nesse mesmo período, esses dados apontam que a produção de outros estados cresceu, embora com menores proporções, como Acre (71%), Rondônia (27,4%), Tocantins (14,97%), Mato Grosso (13,17%) e Pará (3,16%). Apenas Maranhão e Amazonas tiveram decréscimo da produção de frutas nesse período, com queda de 23,23% e 22,91%, respectivamente, sendo a banana a principal responsável por essa redução.

Para alguns estados amazônicos, as perspectivas são ainda melhores na previsão de safra do IBGE para 2015 e 2016, mesmo considerando apenas cinco frutas produzidas na região (abacaxi, banana, castanha-de-caju, coco-da-baía e laranja). Isso porque, segundo dados de previsão, quatro estados amazônicos terão crescimento na produção de frutas, principalmente Tocantins com a marca elevadíssima de 86,5% (2016 em relação a 2014), além de Amazonas (33,6%), Acre (23,9%) e Roraima (17,55%), totalizando 155.800 toneladas se forem considerados somente os estados que tiveram incremento da produção. Esses resultados poderão ser concretizados, especialmente, devido ao aumento na produção de abacaxi em Tocantins e de banana para os demais estados. Contudo, o Amazonas se destacou com relação a esse total (155.800 t), sendo o grande responsável pelo sucesso da região e também pelo aumento na produção de banana.

Ao analisar o banco de dados Agregados do IBGE em relação à evolução da produção e incremento no valor bruto da extração de frutas nativas da Amazônia, que constituem alternativas potenciais para industrialização local e com grandes possibilidades de expansão de comercialização nacional e internacional, destaca-se o desempenho do guaraná e do açaí, por apresentarem grande potencial de exploração comercial. Já os demais produtos, como o cupuaçu, o cajá e a pupunha (frutos), dentre muitos outros, provavelmente por possuírem pouca expressão econômica nacional, embora tenham excelentes características nutricionais e de sabor e aroma, não fazem parte da estatística nacional e não têm despertado maiores interesses comerciais. Nesse contexto, o guaraná alcançou uma produção de 3.588 toneladas de sementes produzidas em 2014, sendo o Amazonas o segundo produtor nacional, com 624 toneladas, atrás do Estado da Bahia, com 2.691 toneladas.

A produção dos estados da Amazônia Legal (restritos, nesse caso, principalmente ao Amazonas, mas também ao Mato Grosso, Rondônia, Pará e Acre) já corresponde a 25% de todo o guaraná produzido no Brasil (IBGE, 2016). O País é o único do mundo a produzir guaraná em escala comercial com praticamente toda a produção nacional consumida no mercado interno. De acordo com a literatura, cerca de 70% são absorvidos pela indústria de refrigerantes, aproximadamente 15% são industrializados para a venda na forma de bastão e o restante na forma de xarope, pó ou extrato para exportação e para a indústria farmacêutica. Segundo dados do IBGE, o açaí é um produto tipicamente amazônico, já que, por exemplo, em 2014, 100% da produção do Brasil foi oriunda de estados da Amazônia Legal, sendo 55,4% do Pará, 33,6% do Amazonas, 7% do Maranhão e os demais com 4% da produção total.

A fruticultura na Amazônia é uma opção interessante de incremento de renda para os agricultores rurais e desenvolvimento da agropecuária, que alia diversificação com manutenção da biodiversidade local. Estados que são emergentes na produção de frutas como Pará e Amazonas, em contraposição às dificuldades de logística no escoamento da produção, baixo acesso a insumos de custo reduzido, baixo nível tecnológico, falta de experiência/tradição dos agricultores locais, limitações ambientais para algumas espécies, dentre outros fatores, podem transferir tecnologias e conhecimentos adquiridos para outros estados amazônicos com menor produção. Esses últimos merecem maiores estudos no tema a fim de aumentar a produção, com a finalidade de reduzir a importação de frutas de outras regiões, gerando emprego e renda para os agricultores locais, além de diminuir custos para os consumidores.

Considera-se, enfim, que a ascensão da fruticultura na Amazônia, embora possua potencial, enfrenta também enormes desafios a serem alcançados, a começar pela necessidade da domesticação de frutas nativas que possuem maior adaptabilidade às condições ambientais da região. É possível produzir frutas na Amazônia, com qualidade e em quantidade satisfatória. Os dados de produção comprovam por si e são um bom começo para auxiliar no desenvolvimento da agricultura da região.

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